Para o segmento, haveria um aumento significativo de receita; para as pessoas, melhora da autoestima e do sentimento de pertencimento “Será que eu consigo fazer essa viagem? As acomodações serão acessíveis? Minhas restrições alimentares serão respeitadas?”. Questões desse tipo podem afligir cerca de 20% dos habitantes do planeta que, segundo a Organização Mundial da Saúde, têm algum tipo de doença crônica: diabetes, problemas cardíacos, câncer ou distúrbios mentais. Além disso, o envelhecimento da população mundial traz desafios, como limitações físicas ou situações de declínio cognitivo, e diagnósticos de ansiedade e depressão têm sido cada vez mais frequentes. No final das contas, as dificuldades inviabilizam a oportunidade de conhecer novos lugares, povos e costumes.
Turistas em viagem: envelhecimento da população mundial traz desafios para o setor, como limitações físicas ou situações de declínio cognitivo
Mircea Iancu por Pixabay
Se o setor de turismo se dispusesse a abraçar a causa desse enorme contingente, o resultado seria benéfico para todos. Para o segmento, um aumento significativo de receita e consumidores fiéis; para as pessoas, melhora do sentimento de pertencimento e autoestima.
Foi com base nessa premissa que pesquisadores de diferentes áreas da Edith Cowan University (Austrália) – direito, negócios e medicina de precisão – criaram o conceito da “terapia de viagem” (“travel therapy”), no qual o turismo passa a ser encarado como um meio de melhorar o bem-estar e a saúde mental. Para o professor Jun Wen, a indústria turística deveria se engajar em garantir o suporte necessário para que pessoas física ou mentalmente vulneráveis se sentissem acolhidas:
“Boa parte até consegue viajar, mas há momentos nos quais as vulnerabilidades ficam expostas e demandam cuidados extras. Trata-se de um mercado importante e ignorado”.
De acordo com o estudo, publicado no “International Journal of Contemporary Hospitality Management”, diversas iniciativas ajudariam a tornar o setor mais inclusivo, passando por acomodações, alimentação, transporte, entretenimento, sempre considerando a possibilidade de esses viajantes dependerem de um cuidador. Wen afirma que educação e conscientização são fundamentais: “é preciso treinar a mão de obra e criar manuais padronizados que atendam às necessidades de pessoas com algum tipo de limitação. Há também espaço para a criação de produtos turísticos para segmentos específicos, como indivíduos portadores de distúrbios como ansiedade e até demência”.
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✨ Adriana | 28 anos 💉 Técnica de Enfermagem | 💪 Criadora de Conteúdo Fitness Cuido da saúde por dentro e por fora! Minha missão é te inspirar a transformar seu corpo, sua mente e sua rotina com atitude, foco e autoestima. Se você busca motivação, treinos acessíveis, dicas reais e aquele empurrãozinho diário, está no lugar certo. Vamos juntas evoluir, superar limites e celebrar cada conquista? 🌟 #SeuMundoFitness #FitnessComPropósito
Atlético-MG x Maringá: onde assistir ao vivo e horário do jogo pela Copa do Brasil
A partida entre Maringá e Atlético-MG acontece nesta terça-feira, 29, às 19h30, no Estádio Willie Davids, em Maringá, válida pela Copa do Brasil. O jogo terá transmissão ao vivo pelo Prime Video.
O Maringá, clube da Série C do Campeonato Brasileiro, vai enfrentar o atual campeão da Copa do Brasil, o Atlético-MG, que vem de uma ótima fase no futebol nacional. Esta partida promete ser um grande desafio para o time da casa, que buscará surpreender o Galo.
Onde assistir ao vivo o jogo do Maringá x Atlético-MG hoje pela Copa do Brasil?
O jogo entre Maringá e Atlético-MG, às 19h30, será transmitido ao vivo pelo Prime Video.
Como assistir online o jogo do Maringá x Atlético-MG hoje?
Você pode assistir à partida online pelo Prime Video.
*Este conteúdo foi gerado automaticamente com o uso de inteligência artificial.
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O São Paulo Futebol Clube é o time que mais acumula pontos no ranking histórico do Brasileirão, com 2342 pontos.
(SãoPaulo_CopaLibertadores1) -
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O Internacional aparece em 2º lugar, com 2282 pontos
(internacionallibertadores) -
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O Palmeiras chega em 3º lugar, com 2263 pontos
(palmeiras3) -
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O Santos vem em 4º lugar, com 2250 pontos
(Santos FC) -
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O Atlético Mineiro vem em 5º lugar, com 2241 pontos
(Time do Atlético Mineiro) -
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O Flamengo é o 6º colocado, com 2241 pontos.
(Flamengo) -
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(4º Corinthians: US$ 49,07)
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O Grêmio ocupa o 8º lugar, com 2196 pontos
(Grêmio) -
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Cruzeiro
(Cruzeiro) -
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Atlético-MG e Cruzeiro
(Atlético-MG e Cruzeiro) -
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O Cruzeiro chega na 9ª posição, com 2133 pontos.
(FBL-BRA-CRUZEIRO-PALMEIRAS) -
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Por fim, o Fluminense fecha a lista, com 2012 pontos, em 10º lugar.
(Fluminense)
Taxa do turista: destinos da Europa e Ásia ampliam cobrança para conter excesso de viajantes | Turismo e Viagem
Em Barcelona, por exemplo, os viajantes pagam atualmente até 7,50 euros (R$ 46) por dia, dependendo da categoria do hotel. Em Berlim, ao mesmo tempo, é cobrado um imposto de 7,5% do preço de uma estadia noturna, enquanto em Paris os visitantes podem ter que pagar quase 16 euros (R$ 99) por noite para a categoria mais cara de hotéis.
Bom relacionamento com os pais está associado a melhores indicadores de saúde na vida adulta | Blog Longevidade: modo de usar
O levantamento foi realizado pelo Children´s Hospital of Philadelphia, nos EUA, a partir dos dados de mais de 10 mil adolescentes, entre 12 e 17 anos, que participaram de um estudo por mais de uma década. Ao aceitarem cooperar com o trabalho, os jovens responderam sobre questões como a qualidade de comunicação com os pais, carinho e acolhimento em casa, tempo passado em família e expectativas acadêmicas. Quando chegaram à faixa entre 24 e 32 anos, foram convidados a relatar sobre seu nível de estresse, depressão e otimismo, além do uso de substâncias tóxicas e outros indicadores de saúde.
A ideia de dirigir um veículo quase silencioso, que polui menos e custa menos para rodar, já conquistou muita gente. Nos últimos anos, carros elétricos e híbridos deixaram de ser uma promessa distante para se tornar uma realidade nas ruas brasileiras. No entanto, antes de trocar o motor a combustão por baterias e eletricidade, é importante entender as vantagens, os custos envolvidos e as particularidades de cada tipo de tecnologia.
Como funcionam os carros elétricos e híbridos?
Carros elétricos são movidos exclusivamente por energia armazenada em baterias recarregáveis. Eles não possuem motor a combustão e, portanto, não utilizam gasolina ou diesel. Já os veículos híbridos combinam dois motores: um elétrico e outro a combustão. Essa configuração permite maior autonomia, além de reduzir o consumo de combustível, principalmente em trajetos urbanos.
Enquanto os elétricos oferecem um rodar mais silencioso e livre de emissões diretas de poluentes, os híbridos equilibram a economia com a praticidade do abastecimento convencional.
Vantagens de optar por um carro elétrico ou híbrido
Entre os principais atrativos, a economia com combustível se destaca. A eletricidade é significativamente mais barata do que gasolina ou diesel, especialmente considerando o aumento constante dos combustíveis fósseis. Modelos híbridos também apresentam consumo reduzido, ainda que dependam em parte do motor a combustão.
A manutenção é outro ponto favorável. Carros elétricos possuem menos peças móveis, o que reduz a necessidade de serviços mecânicos frequentes e diminui os custos de longo prazo. Além disso, a preocupação ambiental ganha espaço, já que esses veículos emitem menos gases poluentes e ajudam a reduzir o impacto ambiental.
Algumas cidades ainda oferecem benefícios adicionais, como isenção de IPVA, estacionamento gratuito em áreas públicas e acesso a faixas exclusivas.
O que considerar antes da compra
Apesar das vantagens, é preciso analisar com atenção alguns fatores. O preço inicial ainda é mais alto do que o de modelos tradicionais, embora a diferença esteja diminuindo. Em 2025, por exemplo, o Renault Kwid E-Tech é vendido por cerca de R$ 99.990, enquanto o BYD Dolphin Mini gira em torno de R$ 115 mil.
Outro ponto é a autonomia das baterias. Modelos mais acessíveis oferecem entre 160 km e 280 km de autonomia, o que atende bem a deslocamentos urbanos, mas pode ser limitante em viagens mais longas. A infraestrutura de recarga no Brasil também avança, mas ainda exige planejamento, principalmente fora dos grandes centros.
A vida útil da bateria e a possível desvalorização do veículo ao longo dos anos são fatores que precisam entrar na conta. O custo elevado para a substituição das baterias pode impactar o valor de revenda do automóvel.
Perfil ideal para quem quer investir
O carro elétrico ou híbrido faz mais sentido para quem realiza trajetos curtos a médios, tem fácil acesso a pontos de recarga e busca economia no uso diário. Também é uma escolha estratégica para quem valoriza a sustentabilidade e está disposto a fazer um investimento inicial maior para colher benefícios no médio e longo prazo.
Para consumidores preocupados com o futuro do planeta e com a economia no bolso, o momento é oportuno para considerar essa mudança.
Exemplos de elétricos mais acessíveis em 2025
- Renault Kwid E-Tech: R$ 99.990 – autonomia de 185 km
- BYD Dolphin Mini: R$ 115.800 – autonomia de 280 km
- Caoa Chery iCar: R$ 119.990 – autonomia de 282 km
- JAC E-JS1: R$ 132.900 – autonomia de 302 km
Esses modelos tornam a tecnologia mais acessível e mostram que a mobilidade elétrica está cada vez mais ao alcance dos brasileiros.
Vale a pena comprar um carro elétrico ou híbrido?
A escolha entre um carro elétrico ou híbrido depende do seu estilo de vida, rotinas diárias e disposição para planejar recargas ou pagar um pouco mais na compra. Com a queda nos preços e os avanços tecnológicos, a opção por veículos mais sustentáveis deixou de ser um luxo e passou a ser uma decisão prática para muitos consumidores.
Veja qual cidade brasileira entrou na lista dos ’10 destinos em alta’ para os próximos meses | Turismo e Viagem
Milão, Itália: cantor de ópera italiano Andrea Bocelli se prepara para o evento ”Music for hope”, uma performance transmitida ao vivo com o objetivo de simbolizar amor, esperança e cura em meio à pandemia de coronavírus no domingo de Páscoa, perto da Catedral Duomo, em Milão — Foto: Luca Rossetti / Cortesia Sugar Srl / Decca Records / Divulgação via REUTERS
O potencial dos canabinoides nos tratamentos de dor | Blog Longevidade: modo de usar
No começo do mês, assisti a uma aula da médica carioca Mariana Mafra Junqueira, especialista em dor, na 4ª. Jornada de Canabinoides, promovida pela Associação Paulista de Medicina. Referência em sua área de atuação, é uma estudiosa dos canabinoides – as substâncias derivadas da Cannabis sativa, a maconha – no manejo da dor crônica e oncológica. Qualquer um que tenha convivido com alguém com câncer sabe que, principalmente em estágios mais avançados, o desconforto é enorme, e vem crescendo o consenso entre os profissionais de saúde sobre sua utilização como droga adjuvante (auxiliar), como ela explica:
Enchentes no Rio Grande do Sul: após um ano, ONG Teto Brasil inicia construção de centro comunitário
Há um ano, o Rio Grande do Sul registrava um volume recorde de chuvas, com precipitações superiores a 700 mm em algumas áreas, o que resultou em enchentes que devastaram o Estado. Durante a semana entre 27 de abril e 2 de maio, a chuva foi especialmente intensa. Na capital Porto Alegre, o total registrado em maio foi de 513,6 mm, enquanto a média para o mês é de 112,8 mm.
Mais de 209 mil famílias foram afetadas, sendo as áreas mais vulneráveis as favelas e comunidades precárias, que já enfrentavam desafios habitacionais antes da catástrofe. Em algumas regiões, cerca de 300 mil imóveis foram invadidos pelas águas.
O Quilombo dos Machado, em Porto Alegre, foi uma das comunidades mais afetadas. Com 246 famílias, muitas das quais perderam seus pertences durante as enchentes, o local enfrenta ainda hoje sérias dificuldades para sua reconstrução. Cerca de 33% das moradias são de madeira, e muitas das ruas são de terra, o que agrava ainda mais a situação das famílias.
A população local ainda luta para recuperar o que perdeu, enfrentando uma emergência habitacional que já existia antes das chuvas, mas que foi intensificada pela catástrofe.
Reconstrução de centro comunitário
Por isso, a TETO Brasil, organização que atua desde 2006 para erradicar a pobreza por meio da construção de moradias e soluções de infraestrutura em comunidades vulneráveis, anunciou que começará a construção de um centro comunitário no Quilombo dos Machado, ao final de maio.
O centro será construído utilizando a tecnologia de steel frame, que permite uma obra rápida e com menor geração de resíduos. A estrutura terá 72 m², o que representa um aumento em relação ao centro atual, que é aberto nas laterais e não oferece a segurança necessária para abrigar encontros e atividades comunitárias.
O novo espaço será essencial para a organização local, pois servirá como ponto de encontro para os moradores e um local para a distribuição de doações recebidas. Além disso, o centro contribuirá para o fortalecimento da organização comunitária em uma área que ainda busca soluções para os problemas habitacionais e estruturais.
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Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS)
(Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS)) -
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Homens movem pacotes em um barco através de uma rua inundada no centro histórico de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 14 de maio de 2024. Crédito: Anselmo Cunha / AFP)
(Homens movem pacotes em um barco através de uma rua inundada no centro histórico de Porto Alegre) -
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Vista das áreas inundadas ao redor do estádio Arena do Grêmio em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. A água e a lama tornaram os estádios e sedes do Grêmio e Internacional inoperáveis. Sem locais para treinar ou jogar futebol, os clubes brasileiros tornaram-se equipes itinerantes para evitar as enchentes que devastaram o sul do Brasil. (Foto de SILVIO AVILA / AFP)
(Vista das áreas inundadas ao redor do estádio Arena do Grêmio em Porto Alegre) -
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Vista aérea do centro de treinamento do Internacional ao lado do estádio Beira Rio em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. Foto de SILVIO AVILA / AFP
(Vista aérea do centro de treinamento do Internacional ao lado do estádio Beira Rio em Porto Alegre) -
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Pessoas atravessam uma ponte flutuante para pedestres sobre o rio Forqueta, entre os municípios de Lajeado e Arroio do Meio, no Rio Grande do Sul, Brasil, em 21 de maio de 2024. O Rio Grande do Sul experimentou um desastre climático severo, destruindo pelo menos seis pontes e causando interrupções generalizadas no transporte. O exército respondeu construindo pontes flutuantes para pedestres, uma solução temporária e precária para permitir que a infantaria atravesse rios durante conflitos. (Foto de Nelson ALMEIDA / AFP)
(Pessoas atravessam uma ponte flutuante para pedestres sobre o rio Forqueta) -
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Ana Emilia Faleiro usa um barco para transportar suprimentos em uma rua inundada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, em 26 de maio de 2024. O estado sulista do Rio Grande do Sul está se recuperando de semanas de inundações sem precedentes que deixaram mais de 160 pessoas mortas, cerca de 100 desaparecidas e 90% de suas cidades inundadas, incluindo a capital do estado, Porto Alegre. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Ana Emilia Faleiro usa um barco para transportar suprimentos em uma rua inundada em Porto Alegre) -
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Um homem limpa sua casa atingida pela enchente no bairro Sarandi, um dos mais atingidos pelas fortes chuvas em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 27 de maio de 2024. Cidades e áreas rurais no Rio Grande do Sul foram atingidas por semanas por um desastre climático sem precedentes de chuvas torrenciais e enchentes mortais. Mais de meio milhão de pessoas fugiram de suas casas, e as autoridades não conseguiram avaliar completamente a extensão dos danos. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Um homem limpa sua casa atingida pela enchente no bairro Sarandi) -
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Alcino Marks limpa corrimãos sujos de lama após a enchente no bairro Sarandi, um dos mais atingidos pelas fortes chuvas em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 27 de maio de 2024. Esta é a segunda enchente histórica que Marks enfrenta aos 94 anos de idade. A primeira foi em 1941, quando ele morava no centro de Porto Alegre. Cidades e áreas rurais no Rio Grande do Sul foram atingidas por semanas por um desastre climático sem precedentes de chuvas torrenciais e enchentes mortais. Mais de meio milhão de pessoas fugiram de suas casas, e as autoridades não conseguiram avaliar completamente a extensão dos danos. (Foto de Anselmo Cunha / AFP)
(Alcino Marks limpa corrimãos sujos de lama após a enchente no bairro Sarandi) -
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(Um trabalhador usa uma mangueira de alta pressão para remover a lama acumulada pela enchente)
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(Destruição no RS após chuvas e enchentes)
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Vista da estátua de José e Anita Garibaldi na inundada Praça Garibaldi, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 14 de maio de 2024. Foto de Anselmo Cunha / AFP
(Vista da estátua de José e Anita Garibaldi na inundada Praça Garibaldi) -
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Resgate de pessoas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, na Base Aérea de Santa Maria (RS).
(Resgate de pessoas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, na Base Aérea de Santa Maria) -
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Eduardo Leite: “Faremos de tudo para garantir que a reconstrução preserve nossas vocações”
(Eduardo Leite: “Faremos de tudo para garantir que a reconstrução preserve nossas vocações”) -
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Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS)
(Imagem aérea de sobrevoo do presidente Lula em Canoas (RS)) -
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(Imagem aérea da destruição no Rio Grande do Sul – Força Aérea Brasileira/Reprodução)
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Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 13 de maio de 2024. Foto de Nelson ALMEIDA / AFP
(Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas) -
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(Vista aérea mostrando a estrada ERS-448 inundada em Canoas, no estado do Rio Grande do Sul)
Os brasileiros que ganham de R$ 4 mil a R$ 46 mil para trabalhar em cruzeiros 'sem folga e férias': 'Comprei apartamento e conheço 72 países'
Acomodação e alimentação gratuita dentro do navio são alguns dos atrativos desse tipo de trabalho, além de salários. Entretanto, brasileiros que trabalham na área citam também pontos desafiadores, como rotina atípica e cansativa. Nesse ano, Neil completa 10 anos trabalhando em cruzeiros: ‘Visitei locais que jamais visitaria se não fosse pelo meu trabalho’
Arquivo pessoal via BBC
Os navios gigantes que saem diariamente do Porto de Santos fizeram parte da infância de Neil Costa, de 32 anos. Natural da Baixada Santista, ele cresceu vendo as embarcações sumirem no meio do oceano, sem imaginar que um dia poderia trabalhar em uma delas.
Tudo mudou após Neil voltar de um estágio de um ano em uma rede de hotéis nos Estados Unidos.
A experiência fez com que ele, turismólogo de formação, ficasse ainda mais apaixonado pela possibilidade de conhecer novas culturas.
Mas viajar pelo mundo exigia dinheiro, e foi então que surgiu a possibilidade de trabalhar a bordo.
“Um dia, minha mãe estava lendo jornal e viu um anúncio sobre vagas de trabalho em uma empresa que fazia cruzeiros. Ela deixou em cima da minha cama e eu pensei: por que não tentar?”, conta.
Em janeiro de 2015, Neil fechou seu primeiro contrato de oito meses para trabalhar na equipe de animação de um cruzeiro da empresa Royal Caribbean, com mais de 6 mil passageiros.
Desde então, já se foram mais de dez contratos em oito tipos diferentes de navios.
“A primeira vez que embarquei, eu não sabia o que esperar, não fazia ideia de que o navio era praticamente uma cidade. Fiquei impressionado com a operação”, lembra Neil, que completa dez anos trabalhando em cruzeiros em 2025.
‘Conheço 72 países e comprei meu apartamento’
A vida a bordo foi a maneira que Neil encontrou para conhecer vários países sem gastar muito.
“Fiz temporadas no Caribe, na Europa, Brasil, Austrália, países nórdicos. Visitei locais que jamais visitaria se não fosse pelo meu trabalho”, conta.
Com o tempo, ele percebeu que o trabalho em alto-mar também poderia lhe proporcionar uma carreira de sucesso.
Em 2021, após cinco anos trabalhando na equipe de animação, Neil foi promovido a gerente de atividades. Dois anos depois, recebeu uma nova promoção e se tornou diretor assistente de cruzeiros.
Ele é responsável por coordenar o entretenimento de um dos maiores navios do mundo.
“É uma operação gigantesca, entre planejar, executar e ainda subir no palco como comunicador. Hoje eu cuido desde a organização de bingos até espetáculos da Broadway”, afirma Neil, que tem como objetivo se tornar diretor de cruzeiro.
“Quero fazer carreira e continuar crescendo profissionalmente. Trabalhar a bordo me deu a oportunidade de pagar por vários sonhos que eu tinha. Me permitiu conhecer 72 países e conquistar meu apartamento”, destaca.
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Salários podem chegar a R$ 46 mil
Funções na cozinha e no restaurante são as que oferecem mais vagas em cruzeiros
Getty Images via BBC
A parte financeira é um dos principais atrativos destacados por quem trabalha em cruzeiros — o que envolve funções diversas, desde a faxina a apresentações de música.
Segundo Marcelo Del Bel, recrutador-chefe da Infinity Brazil, uma das principais agências de recrutamento para cruzeiros na América do Sul, os salários são pagos em dólar e variam de US$ 700 a US$ 8 mil (R$ 4 mil a R$ 46 mil na cotação atual), dependendo da vaga e da empresa.
A média salarial gira em torno de US$ 1,2 mil (cerca de R$ 6,9 mil) para trabalhar na cozinha e restaurante, as funções com mais vagas.
Os custos de vida dentro do navio também são baixos, uma vez que acomodação e alimentação são fornecidas gratuitamente pelas empresas, além de outros benefícios como academia e lazer.
“A pessoa vai gastar basicamente com bebida no bar, internet, se quiser, ou com produtos para consumo próprio, como shampoo e sabonete. Mas o preço para os tripulantes é infinitamente menor do que o cobrado dos passageiros do navio”, afirma Del Bel.
Entretanto, ele destaca que pessoas que buscam esse trabalho tendo como grande motivação conhecer outros países podem acabar se frustrando.
“Não é sempre que a pessoa vai poder descer no porto. Há regras de segurança que estipulam que 30% da tripulação precisa ficar no navio quando ele atraca”, explica Del Bel.
O recrutador destaca também a importância do planejamento financeiro, já que funcionários de cruzeiros costumam trabalhar por contratos de seis a oito meses.
Quando um contrato acaba, é comum ficar cerca de dois meses esperando o início do próximo — e, nesse intervalo, não há salário.
‘Quero juntar R$ 1 milhão e viver de renda’
‘No cruzeiro, as pessoas pedem música, jogam rosas no palco, tratam a gente como celebridade’, diz o músico Luca Alves, que se sente mais valorizado tocando em navios
Arquivo pessoal via BBC
Foram as vantagens financeiras que fizeram com que o músico Luca Alves, de 28 anos, decidisse mudar os planos profissionais para trabalhar a bordo, em 2021.
Na época, ele se preparava para fazer um mestrado no exterior, quando um amigo falou sobre uma vaga para tocar como guitarrista na banda de um cruzeiro.
Inicialmente, Luca recusou, mas, após pesar os prós e contras, resolveu arriscar.
“Não ia precisar pagar aluguel, eu teria um público sempre presente me assistindo tocar, além de ganhar em dólar”, diz Luca.
Em menos de um mês, o músico fez os cursos exigidos pela empresa, tirou o visto e embarcou para o primeiro contrato, ganhando um salário mensal de cerca de US$ 2,5 mil (R$ 14,3 mil).
“Foi a primeira vez que saí da casa dos meus pais. Saí de lá para viver no meio do oceano”, conta Luca, que no fim de abril embarca para o sexto contrato a bordo e hoje já não pensa mais em ter uma carreira acadêmica.
“Pretendo ficar pelo menos mais uns dez anos trabalhando a bordo, juntar dinheiro e conhecer o mundo. Quero juntar R$ 1 milhão, ter o máximo investido, e viver de renda”, afirma.
Atualmente, Luca é diretor musical de um trio de jazz e ganha aproximadamente o dobro do que recebia no primeiro contrato.
Apesar de o salário ainda ser o principal motivo para trabalhar em cruzeiros, ele diz que se sente mais valorizado dentro dos navios.
“A gente vê muitas pessoas emocionadas, cantando as músicas que a gente toca, dançando. É muito diferente do trabalho em terra, onde o público nem sempre está interessado”, conta Luca.
“No cruzeiro, as pessoas pedem música, jogam rosas no palco, tratam a gente como celebridade.”
Ele também relata ter uma rotina diferente da maioria dos tripulantes, que trabalham sete dias seguidos, sem folga.
“Antes de embarcar, a gente ensaia por uma semana em um estúdio em Nova York. Quando chega no navio, o trabalho é sempre à noite, fazendo, em média, cinco shows [por dia, de 45 min cada] em uma escala 6 x 1”, destaca.
‘Não tem folga, feriado ou férias’
Jornadas de Yasmin Stampe são imprevisíveis e podem chegar a 14h
Arquivo pessoal via BBC
O trabalho marítimo, como o realizado em cruzeiros, é regulamentado por tratados internacionais.
De acordo com a Convenção sobre Trabalho Marítimo (MLC 2006), um tripulante pode trabalhar, no máximo, 14 horas por dia e deve ter 77 horas de descanso na semana.
De acordo com Del Bel, é preciso estar ciente de que as jornadas de trabalho a bordo são intensas e que a rotina é diferente de um trabalho de carteira assinada.
“A pessoa não vai ter folga, nem feriado, nem 30 dias de férias. Na maioria das funções, ela vai trabalhar em média 10 horas por dia, 7 dias na semana”, explica.
No caso de Yasmin Stampe, de 26 anos, que há três anos trabalha como guia de excursões em cruzeiros, as jornadas diárias chegam a 14 horas e muitas vezes são imprevisíveis.
“Diferente de quem trabalha na cozinha, não tenho uma rotina fixa. Não sei que horas vou trabalhar semana que vem e nem quais passeios vou fazer”, afirma Yasmin.
“Meu dia depende das excursões que os passageiros escolhem, e eu me organizo a partir disso.”
Isso também significa que em alguns dias ela trabalha mais, em outros menos.
Além disso, Yasmin não tem folgas durante os meses de contrato: são pelo menos sete meses ininterruptos a bordo, podendo chegar a nove quando a temporada é fora do Brasil.
Mesmo com o ritmo intenso, a guia de excursões vê vantagens: “A maior delas é poder viajar pelo mundo sendo paga para isso”.
“Claro que não é como se eu estivesse de férias. Mas, mesmo com horários restritos, dá para sair do navio e conhecer vários países”, continua Yasmin, que quer juntar dinheiro para morar fora do Brasil.
“Nunca foi um sonho trabalhar a bordo, mas foi uma forma que encontrei de me preparar financeiramente para morar fora. Em um trabalho tradicional, como eu tinha, eu não conseguia juntar dinheiro. Gastava muito com plano de saúde, alimentação e moradia.”
Sem privacidade e vida longe da família
Apesar de trazer inúmeros benefícios, a vida a bordo requer renúncias. Yasmin destaca a privacidade, algo que ela afirma ter perdido morando em um navio.
“Sempre tem gente em todos os lugares, o tempo todo. E você divide tudo, inclusive a cabine em que dorme, na maioria dos casos. As pessoas não costumam respeitar o seu espaço”, diz ela.
Para Neil, trabalhar em cruzeiros significou perder momentos importantes com a família e amigos.
“O Natal de 2024 foi o primeiro que passei no Brasil em dez anos de trabalho a bordo”, diz ele.
Já Luca conta que, por ficar meses no navio, acabou se afastando de muitas pessoas e projetos que fazia no Brasil.
“Perdi muito contato com os alunos que tinha e com as bandas em que tocava, porque saí para trabalhar a bordo e alguém assumiu meu lugar. Isso é normal, mas sinto falta dessa conexão”, destaca.
Como uma forma de se conectar com as pessoas, ele passou a produzir conteúdos para as redes sociais.
Hoje, ele tem um canal no Youtube com mais de 230 mil inscritos, além de perfis no TikTok e no Instagram, onde fala sobre como é trabalhar em cruzeiros e viver em um navio. Alguns de seus vídeos chegam a mais de 16 milhões de visualizações.
Neil tem o objetivo de se tornar diretor de cruzeiro, mas reconhece que carreira exige renúncias pessoais
Arquivo pessoal via BBC
Mercado de cruzeiros está em expansão
No mundo, o setor de cruzeiros mostra uma tendência de crescimento contínuo.
Segundo dados da Cruise Lines International Association (Clia), um total de 20,4 milhões de pessoas viajaram em cruzeiros em 2022.
Esse número foi superado em 2023, quando 31,7 milhões de viajantes foram registrados. Para 2024, a previsão era de 34,7 milhões.
Além do número de passageiros, a quantidade de cruzeiros também vai aumentar. A previsão da Clia é que 56 novas embarcações sejam lançadas até 2028, quando o número de viajantes deve atingir 40 milhões.
O Brasil é considerado um mercado em expansão neste setor. Segundo estudo da Clia em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), na temporada brasileira de 2023/2024, nove navios percorreram 15 destinos no Brasil.
Foram transportados um total de 844.462 viajantes, maior número da série histórica iniciada em 2004/2005.
Na temporada 2023/2024, a indústria de cruzeiros injetou um recorde de R$ 5,2 bilhões na economia brasileira e gerou 80.311 empregos. Isso representa um resultado 0,94% superior ao apurado na temporada anterior. Do total de postos de trabalho, 1.572 foram de tripulantes brasileiros.
Apesar dos números positivos, o Brasil ainda está distante de outros mercados, como o Caribe e o Mediterrâneo, já consolidados no setor de cruzeiros.
Só em 2023, O Caribe recebeu 12,9 milhões de viajantes, enquanto o Mediterrâneo teve 5,5 milhões.
O que é preciso para trabalhar a bordo?
Para trabalhar a bordo, normalmente é preciso passar por um processo seletivo que inclui análise de currículos e entrevista, feita em inglês.
“É o idioma que o tripulante vai falar no navio, então, precisa ter inglês avançado ou fluente”, afirma Del Bel.
Além do domínio da língua, outro requisito é ter pelo menos 18 anos — algumas companhias exigem mínimo de 21 anos.
Cumprindo os requisitos da vaga, o candidato deve se cadastrar no site das agências de recrutamento ou das próprias empresas de cruzeiros.
O processo seletivo pode durar de um a seis meses. Esse período inclui a análise do currículo e, dependendo da vaga, cerca de uma ou duas entrevistas.
Se o candidato for aprovado e aceitar a vaga, começa o chamado procedimento de embarque, o que inclui tirar passaporte, visto, fazer exames médicos e curso de segurança.
“Algumas empresas arcam com gastos, outras não. E o deslocamento até o porto de embarque é pago pela companhia”, explica o recrutador da Infinity Brazil.
Tripulantes precisam obter um tipo específico de visto para trabalhar a bordo, dependendo do porto de embarque e da rota do navio.
Del Bel explica que a maioria das empresas pede o visto C1/D dos Estados Unidos, porque os tripulantes fazem escala em portos americanos frequentemente.
O recrutador destaca que o bom momento deste mercado tem impulsionado a demanda por trabalhadores.
“É um setor em franco crescimento, que tem lançamentos de navios todos os anos. As companhias estão sempre precisando de gente, principalmente em vagas como restaurante, limpeza e atendimento ao público.”
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‘Síndrome do desgaste’ afasta mão de obra sênior precocemente do mercado | Blog Longevidade: modo de usar
Na Europa Ocidental, a valorização da mão de obra sênior é uma política de Estado. Um cenário bem diferente do que ocorre no Brasil, onde o mercado ainda fecha as portas para os trabalhadores acima dos 50. No entanto, mesmo sem sofrer com um etarismo pesado como aqui, idosos europeus têm abandonado seus empregos por se sentirem ultrapassados. O nome disso? “Síndrome do desgaste”, dizem pesquisadores do Copenhagen Centre for Health Research in the Humanities, ligado à Universidade de Copenhagen. O mundo corporativo já lida com duas síndromes bastante conhecidas. A do impostor, citada pela primeira vez em 1978 e associada a um sentimento de mulheres bem-sucedidas que se viam como uma fraude, aponta para uma discrepância entre o reconhecimento externo e o julgamento interno. A do burnout, ou esgotamento, é provocada pelo excesso de trabalho e cobrança e leva a um estado de exaustão extrema.