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IOF para viajantes: veja perguntas e respostas sobre o imposto para quem vai para o exterior

by Drika MelhorVersão

O aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) afeta os planos de quem está viajando ou pretende viajar ao exterior nas próximas semanas. g1 em 1 minuto: Veja o que muda em cartões, moeda estrangeira e VGBL após aumento do IOF
O aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) afeta os planos de quem está viajando ou pretende viajar ao exterior nas próximas semanas.
Os novos valores do IOF, tributo federal cobrado sobre diversas operações que envolvem dinheiro, já começaram a ser aplicados nesta sexta-feira (23). Ele é aplicado em operações de câmbio, impactando quem vai comprar moeda estrangeira ou fazer compras fora do Brasil.
O g1 conversou com o economista e professor do Insper Otto Nogami e com o planejador financeiro Carlos Castro, da Planejar, para esclarecer as mudanças.
Veja perguntas e respostas sobre o impacto para os viajantes:
O que é o IOF?
Qual é a diferença entre cartão de crédito e cartões internacionais de débito, pré-pagos e multimoedas?
O IOF é diferente para cada um deles?
E qual a tarifa para dinheiro em espécie?
Quem carregou o cartão pré-pago internacional antes desta sexta vai ter que pagar o IOF quando usá-lo?
E se eu realizar uma compra no exterior depois desta sexta? Pagarei a nova tarifa de 3,5% do IOF?
Em que momento da compra o IOF é cobrado?
O que compensa mais? Dinheiro, cartão de crédito ou cartões pré-pagos?
Existe alguma maneira de não precisar pagar o IOF?
Existem serviços que cobram a cotação do dólar comercial em vez do dólar turismo?
O que é o IOF?
IOF é a sigla para Imposto sobre Operações Financeiras. Como o nome indica, é um imposto cobrado sobre a maior parte das operações financeiras e serve para gerar receita para a União. (saiba mais aqui)
💳IOF mais alto: veja o que muda para pessoas e empresas
Qual é a diferença entre cartão de crédito internacional e os cartões internacionais de débito, pré-pagos e multimoedas?
O cartão de crédito comum, oferecido pelas instituições bancárias e financeiras, pode ser utilizado no exterior desde que esteja habilitado para uso internacional. As compras serão cobradas no dia do pagamento da fatura.
Já no caso do cartão de débito internacional, pré-pago, multimoedas ou travel money, oferecidos por bancos ou fintechs, o consumidor carrega o cartão previamente com uma quantia e a utiliza no exterior.
O IOF é diferente para cada um deles?
Em relação à alíquota, não há diferença: com a nova regra, todos eles estão sujeitos à tributação de 3,5%.
A diferença existe em relação ao momento em que o IOF incide. No caso do cartão de crédito, a taxa de 3,5% é aplicada no dia de cada compra realizada com esse cartão.
Ou seja: com a variação do câmbio, essa taxa pode ser mais cara ou mais barata, a depender do dia. Uma subida ou descida rápida do dólar, por exemplo, afeta bastante o turista que está fazendo compras no exterior.
No cartão de débito internacional, pré-pago, multimoedas ou travel money, o IOF é cobrado na hora de carregar o cartão – ou seja, o consumidor está sujeito à taxa de câmbio daquele dia, sem variações futuras.
“O cartão de débito tem essa vantagem de já travar o câmbio, ao contrário do cartão de crédito, em que a incerteza é maior”, diz Carlos Castro, planejador financeiro.
Atenção: antes da mudança, alguns cartões multimoedas ou de débito internacional ofereciam serviços com a cobrança de 1,1% do IOF. Com o novo decreto, a alíquota passa a ser sempre de 3,5%. A corretora de câmbio Wise, por exemplo, já aplica a nova taxa.
E qual a tarifa para dinheiro em espécie?
Agora, as compras de moeda estrangeira em espécie também estão sujeitas à taxa de 3,5% de IOF – antes, a taxa era de 1,1%. Ela é aplicada no momento da compra.
Quem carregou o cartão pré-pago internacional antes desta sexta-feira vai ter que pagar o IOF quando usar essa quantia?
Não. Quem carregou o cartão de débito internacional, pré-pago, multimoedas ou travel money antes desta sexta-feira (23), data em que o aumento entrou em vigor, já pagou o IOF no momento da transação, com a alíquota da época. Ele não pagará o IOF novamente ao usar essa quantia.
E se eu realizar uma compra no exterior depois desta sexta-feira? Pagarei a nova tarifa de 3,5% do IOF?
Sim, caso a transação seja feita com um cartão de crédito internacional.
Para o cartão pré-pago, vale a regra explicada na pergunta acima. Ou seja, se o cartão foi carregado antes desta sexta-feira, o IOF foi pago no momento do carregamento, considerando a alíquota da época.
Em que momento da compra com cartão de crédito o IOF é cobrado? No dia da compra ou o dia do fechamento da fatura? Qual taxa de câmbio é considerada?
Tanto a taxa de câmbio quanto o IOF são referentes ao dia em que a compra foi feita, e não ao fechamento da fatura. Ou seja: se você fez uma compra no exterior antes do aumento do IOF e a fatura do seu cartão vence no fim do mês, você pagará o valor anterior à mudança.
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Com todas essas mudanças, o que compensa mais? Dinheiro, cartão de crédito ou cartões pré-pagos?
Não há uma resposta definitiva para essa pergunta. Basicamente, o consumidor precisa pesquisar nas corretoras de câmbio e instituições financeiras para ver quem tem as melhores taxas de serviço, já que o IOF cobrado sempre será de 3,5%.
“Tem que pesquisar o que vale a pena: comparar todas as taxas, o câmbio oferecido, avaliar a comodidade de ter o cartão, por exemplo”, resume Otto Nogami, professor do Insper.
Segundo Carlos Castro, da Planejar, com o IOF igualado, deve aumentar a concorrência entre as instituições para reduzir as taxas e oferecer vantagens. Por isso, a pesquisa do consumidor é fundamental.
“O consumidor pode descobrir, por exemplo, que vale mais a pena levar parte do dinheiro em espécie e parte no cartão”, sugere Castro.
Existe alguma maneira de não precisar pagar o IOF para adquirir moeda estrangeira ou fazer compras no exterior?
Não. O IOF é um imposto pago ao governo – ou seja, os bancos e corretores não podem deixar de cobrá-lo. Mas algumas instituições oferecem cashback como forma de “devolver” o IOF. “É uma estratégia para fidelizar os clientes”, afirma Carlos Castro.
E em relação à cotação do câmbio? Existem serviços que cobram a taxa do dólar comercial em vez do dólar turismo?
Esse tipo de oferta existe no mercado, mas é basicamente uma estratégia de marketing das empresas, segundo Carlos Castro. Elas podem usar as taxas que considerarem mais adequadas para suas ofertas – assim como o exemplo do cashback do valor do IOF, citado acima.
Vale lembrar que não existe determinação legal para que as instituições utilizem a cotação do dólar turismo, referência nas casas de câmbio e que é mais cara do que o dólar comercial.
“Elas vendem como sendo a taxa de câmbio do dólar comercial, mas, na prática, estão mexendo mesmo na taxa de serviço”, afirma o planejador financeiro. Segundo ele, é nas taxas de serviço que as instituições vão obter sua margem de lucro.
Infográfico – Veja o que muda com o aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Arte/g1

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